Todo mundo chora
Se é tempo de chorar a gente chora, mas com bom humor, é claro!
Nem me venha com essa de que você nunca chorou por alguém ou por alguma coisa. Nessa questão não há dúvidas: todo mundo chora. Porque o homem é o único animal que ri e chora de sua própria condição animal, como ensinou Luís Fernando Veríssimo.
Seja o mais durão ou o mais fraquinho, o mais lindo ou o mais feioso, o mais elegante ou o mais humilde. Não se pode negar: todo mundo chora.
E os motivos são muitos. Tem gente:
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Que chora quando nasce e chora para não morrer;
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Que chora porque não aprendeu a sorrir;
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Que chora para não ser reprovado e repete o ano;
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Que chora um oceano de lágrimas que não enchem um copo d’água;
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Que chora por tudo e depois não quer mais nada.
O choro não tem classe social. É de graça. Todo mundo tem. Assim não precisar pedir emprestado. É incolor e inodoro. Até o Filho do Homem chorou antes de cumprir sua missão. Pena é que suas lágrimas já tenham secado no coração de alguns.
Mas como tem gente:
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Que chora quando ganha uma casa e quando perde também;
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Que chora para ser beijado, crente que vira príncipe;
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Que chora quando derruba pela primeira vez no chão o celular novinho ;
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Que chora porque vê os outros chorando;
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Que chora como ator querendo vaga na novela;
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Que chora lágrimas de crocodilo para não virar sapato;
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Que chora hoje para se garantir amanhã.
A verdade é que ao chorar cada um manifesta seu motivo particular ou existencial. Cada gota quer dizer uma coisa. Cada um tem uma história para contar. Os brutos, por exemplos, também choram... E aqui acolá amam.
Para acabar com essa choradeira, ainda tem gente:
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Que chora por amor eterno, mas logo passa;
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Que chora grudento, misturando lágrimas com baba e suor;
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Que chora na cama solitária e na rede social;
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Que chora vermelho por causa de um amor roxo;
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Que chora tanto por si que não sobra nada para seu ninguém;
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Que chora por um cigarro e morre numa tragada;
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Que chora, soluça, chora, soluça, chora...
Como se pode notar, o choro é um desabafo contínuo, seja ele pessoal ou coletivo, espalhafatoso ou circunspecto. Quem chora põe os sentimentos para fora, relaxa um pouco, evita uma úlcera. Vive até mais tempo.
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