A campanha do Real Sociedad na Copa da Amizade tem revelado não apenas a força do futebol boahorense, mas também a omissão da Prefeitura de Boa Hora em relação ao esporte local.

Sem o apoio da gestão municipal, que por meio de decreto suspendeu qualquer incentivo a eventos culturais e esportivos, a cidade ficou sem sua tradicional seleção oficial no torneio. Coube ao Real Sociedad assumir a missão de representar o município, e a equipe vem surpreendendo.

Na estreia, o time sentiu o peso das dificuldades e acabou goleado por 3 a 0 pela seleção de Jatobá do Piauí. Porém, a derrota não abalou o grupo comandado pelo técnico Mateus. Com garra e união, a equipe se recuperou na segunda rodada, vencendo a seleção de Sigefredo Pacheco por 2 a 1.

O embalo continuou neste domingo, quando o Real Sociedad derrotou, em casa, a seleção de Alto Longá por 1 a 0, diante de uma torcida empolgada que vibrou com a vitória.

Enquanto a gestão municipal se distancia, a comunidade se mobiliza. O Real Sociedad, liderado pelo técnico Mateus e mantido com ações solidárias como bingos organizados por amigos, já conquistou duas vitórias consecutivas e mantém Boa Hora viva na competição.

O contraste é evidente: de um lado, a falta de apoio público; do outro, a garra de um time que, com poucos recursos, honra o nome do município. O êxito do Real Sociedad expõe a fragilidade da decisão administrativa e evidencia que, para a população, esporte não é gasto supérfluo, mas investimento em inclusão, juventude e orgulho comunitário.