Incêndio em Cocal dos Alves é controlado após quatro dias de combate, diz Corpo de Bombeiros

Segundo o tenente-coronel Egídio Leite, equipes dos bombeiros e brigadistas atuaram para extinguir as chamas, que começaram no último sábado (26). Uma extensa área de mata verde foi queimada, mas não houve prejuízo aos moradores da zona rural.

Incêndio atinge área de mata em Cocal dos Alves, próximo à divisa com Ceará — Foto: TV Clube

 Incêndio atinge área de mata em Cocal dos Alves, próximo à divisa com Ceará — Foto: TV Clube

O incêndio que atingiu a zona rural de Cocal dos Alves, no Norte do Piauí, foi controlado na tarde de quarta-feira (30) após quatro dias de combate ao fogo, segundo o Corpo de Bombeiros (CBMEPI). O último relatório do órgão, emitido na quarta, apontou que não houve prejuízos às residências e propriedades das comunidades rurais. 

Conforme o tenente-coronel Egídio Leite, comandante operacional do CBMEPI, os bombeiros de Parnaíba foram enviados para ajudar os brigadistas do município e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) do Ceará. As equipes atuaram para extinguir as chamas, que começaram no último sábado (26). 

“O incêndio está sob controle. Várias equipes atuaram na região, então não precisamos enviar equipes extras dos bombeiros para fazer o enfrentamento. Ainda assim, foi um incêndio de proporções significativas”, afirmou o tenente-coronel. 

Incêndio atinge área de mata em Cocal dos Alves, próximo à divisa com Ceará — Foto: TV Clube
Incêndio atinge área de mata em Cocal dos Alves, próximo à divisa com Ceará — Foto: TV Clube

Para o combate ao fogo, os bombeiros utilizaram uma picape com cerca de 600 litros de água e os seguintes equipamentos:

  • Batedores: ferramentas parecidas com vassouras, feitas de material resistente ao fogo, usadas para abafar as chamas;
  • Bomba costal: mochila especial cheia de água que vêm com mangueira e bomba manual;
  • Soprador: equipamento que gera um vento forte para direcionar as chamas para longe.

O comandante do CBMEPI destacou que as guarnições também controlaram, na segunda-feira (28), um incêndio de média proporção no povoado Pilões, zona rural de Nazária. No entanto, outros focos podem surgir, assim como aconteceu na terça-feira (29), quando o fogo voltou e se apagou antes de causar mais prejuízos.

Bombeiros atuam no combate às chamas em Cocal dos Alves, no Norte do Piauí — Foto: Divulgação/CBMEPI
Bombeiros atuam no combate às chamas em Cocal dos Alves, no Norte do Piauí — Foto: Divulgação/CBMEPI

Ambos os incêndios serão investigados pelo Corpo de Bombeiros. O tenente-coronel observou que a maioria deles começam por interferência humana, mas isso não significa que todos sejam criminosos. 

“A absoluta maioria tem o comportamento humano como determinante para seu início. São pessoas que não dominam o manejo do fogo e o utilizam principalmente como mecanismo de limpeza. O fogo foge do controle e causa os incêndios. Precisamos desenvolver a consciência preventiva para que se abstenham desse uso”, completou Egídio Leite. 

Focos de calor e fogo

Piauí tem dois focos de calor e 56 focos de fogo, aponta boletim da Semarh — Foto: Divulgação/Semarh
Piauí tem dois focos de calor e 56 focos de fogo, aponta boletim da Semarh — Foto: Divulgação/Semarh

O boletim de incêndios florestais da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), divulgado na terça, revelou que o Piauí conta atualmente com dois focos de calor e 56 focos de fogo de Norte a Sul do estado (veja no mapa acima). Para a Semarh, os focos são classificados da seguinte maneira:

  • Foco de calor: área que apresenta temperatura acima de 47?°C, mas sem relação confirmada com fogo existente, uma vez que as características físicas-geográficas podem alterar as temperaturas em áreas de poucos metros;
  • Foco de fogo: área que possui mais de dois focos de calor em um raio de 1 km².

Até a última terça, o Piauí também tinha cinco eventos críticos de fogo - áreas que apresentam chamas detectadas por sensores de satélites em 48 horas e observadas entre dois e quatro dias.

Os eventos se tornam extintos quando o fogo não é mais detectado pelos satélites. O município de Corrente aparece três vezes na lista por ter áreas diferentes afetadas pelas chamas.

  • Buriti dos Montes: 75 focos e 11 dias de persistência;
  • Santo Antônio de Lisboa e Sussuapara: 56 focos e sete dias de persistência;
  • Corrente e Sebastião Barros: 35 focos e 19 dias de persistência;
  • Corrente: 23 focos e sete dias de persistência;
  • Corrente: dez focos e oito dias de persistência. 

Até segunda-feira, o estado registrou 1.793 focos ativos de incêndio em outubro; são 7.864 desde janeiro deste ano. No ano inteiro de 2023, foram quase 13 mil focos contabilizados. Na série histórica do Piauí, o ano que mais contou com focos ativos foi 2010, com 19.192 ocorrências.

Os números máximos de focos, entre 1998 (início da contagem) e 2024, começam a subir a partir de julho, atingem o pico em setembro e caem em outubro - período conhecido como B-R-O Bró, de tempo seco e altas temperaturas, que favorecem os incêndios.

Total de focos ativos detectados por satélites no Piauí entre 1998 e 2024 — Foto: Divulgação/Semarh
Total de focos ativos detectados por satélites no Piauí entre 1998 e 2024 — Foto: Divulgação/Semarh

 

Comparativo mensal de focos e valores entre 1998 e 2024 no Piauí — Foto: Divulgação/Semarh
Comparativo mensal de focos e valores entre 1998 e 2024 no Piauí — Foto: Divulgação/Semarh 

 

 

Fonte: Por Eric Souza, Isabela Leal, g1 PI, TV Clube 

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