Bolsonaro diz que é exagero chamar de massacre invasão da Rússia à Ucrânia
“Temos que ter responsabilidade em termos de negócios com a Rússia. O Brasil depende de fertilizantes”, disse Bolsonaro ao declarar postura neutra sobre a guerra.
O presidente Jair Bolsonaro interrompeu seu descanso no Guarujá (SP), neste domingo, 27 de fevereiro, para declarar que o Brasil ficará neutro em relação à guerra entre Rússia e Ucrânia, que chegou hoje ao seu quarto dia.
Em uma entrevista coletiva improvisada no início da noite, ele disse que ucranianos e russos são “praticamente irmãos”, que é “exagero falar em massacre” e que não quer tomar posição que possa trazer as consequências do “embate” para o país.
“Estive falando há pouco com o presidente Putin, tratamos dos fertilizantes, do nosso comércio, ficamos duas horas ao telefone. Ele falou da Ucrânia, mas me reservo a não entrar em detalhes da forma como vocês gostariam”, disse.
“Temos que ter responsabilidade em termos de negócios com a Rússia. O Brasil depende de fertilizantes”, acrescentou.
Ao comentar a posição favorável do Brasil a uma resolução contra a Rússia, na última sexta-feira, 25 de fevereiro, Bolsonaro afirmou que o voto do país não está definido e “não está atrelado a qualquer potência”. “Nosso voto é livre e vai ser dado nessa direção […]. A nossa posição com o ministro Carlos França é de equilíbrio. E nós não podemos interferir. Nós queremos a paz, mas não podemos trazer consequências para cá”, declarou.
Conversa com Putin
Bolsonaro lembrou ainda que conversou com presidente da Rússia, Vladimir Putin, sobre o conflito e questões comerciais, como a importação de fertilizantes pelo Brasil.
“Estive conversando com o presidente Putin, mais de duas horas de conversa. Tratamos de muita coisa. A questão dos fertilizantes foi a mais importante. Tratamos do nosso comércio. E obviamente ele falou alguma coisa sobre a Ucrânia, mas me reservo a não entrar em detalhes da forma como vocês gostariam”, disse Bolsonaro.
Em nota, divulgada após a entrevista do presidente, a Assessoria de Imprensa do Gabinete do Ministério das Relações Exteriores disse que Bolsonaro se referia “às duas horas de conversa ao vivo, na visita a Moscou [no dia 16 deste mês]. Não houve telefonema”, neste domingo, para Putin.
Para o presidente, o conflito deve chegar, em breve, a uma solução.
“Não acredito que vá se prolongar. Até pela diferença bélica de um país para outro. A gente espera que países da Otan [Organização do Tratado do Atlântico Norte] não potencializem esse problema que está para ser resolvido, no meu entender”, declarou.
Fonte: Congresso em Foco
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