Justiça prorroga prisão de influenciadores suspeitos de divulgar jogos de azar

Na decisão, a Justiça entendeu que a prorrogação por mais cinco dias é necessária devido à “falta de colaboração” dos influenciadores com as investigações. Suspeitos se mantiveram em silêncio, diz delegado.

Foto: G1Piauí

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Justiça prorroga prisão de influenciadores suspeitos de divulgação de jogos de azar — Foto: Arquivo pessoal
Justiça prorroga prisão de influenciadores suspeitos de divulgação de jogos de azar — Foto: Arquivo pessoal

A Justiça do Piauí prorrogou, por mais cinco dias, as prisões temporárias de sete influenciadores digitais suspeitos de divulgar jogos de azar nas redes sociais e presos na Operação Jogo Sujo II, deflagrada na última quarta-feira (9) em Teresina, Timon (MA) e Caxias (MA).

Os influenciadores que tiveram a prisão temporária prorrogada são:

  1. Pedro Lopes Lima Neto (Lokinho);
  2. Marta Evelin Lima de Sousa (Yrla Lima);
  3. Brenda Raquel Barbosa Ferreira;
  4. Letícia Ellen Negreiro de Abreu;
  5. Milena Pâmela Oliveira Silva;
  6. Diogo Macedo Basílio (Diogo Xenon);
  7. Douglas Guimarães Pereira Neves.

Na decisão, o juiz Valdemir Ferreira Santos, da Central de Inquéritos de Teresina, afirmou que a prorrogação solicitada pela Polícia Civil do Piauí (PCPI) se faz necessária devido à “falta de colaboração” dos influenciadores com as investigações. 

“A prorrogação da prisão temporária dos investigados revela-se indispensável também pela falta de colaboração destes com as investigações. Até o presente momento, os suspeitos não forneceram informações que possam contribuir para o esclarecimento dos fatos, adotando uma postura que dificulta o avanço das apurações”, escreveu o juiz. 

Segundo o delegado Humberto Mácola, titular da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), os investigados se mantiveram em silêncio e não forneceram nenhuma informação desde que foram presos.

Na visão do juiz, há o risco de que, caso os investigados sejam liberados, possam “ocultar ou destruir provas”. O magistrado apontou ainda que os influenciadores apresentaram “condutas de extrema gravidade” de forma reiterada e causado um “sério problema de saúde pública”.

A Justiça entendeu que os influenciadores, por meio de publicidade enganosa, levaram os usuários que seguem seus perfis nas redes sociais a desenvolver uma dependência pelos jogos de azar, impulsionados por uma falsa expectativa de enriquecimento rápido. 

“Além disso, a atividade ilícita não apenas causa endividamento das vítimas, mas também está ligada a crimes graves, como lavagem de dinheiro e associação criminosa. Esse conjunto de fatores, associado à extensão e à habitualidade das práticas, configura a gravidade concreta das condutas, justificando a insuficiência de medidas cautelares”, completou o juiz Valdemir Ferreira Santos. 

Condições de saúde dos investigados

As defesas de Lokinho, Brenda Raquel e Milena Pâmela haviam pedido a revogação da prisão temporária, assim como a de Yrla Lima. Os advogados dos três primeiros influenciadores também solicitaram a conversão da prisão temporária em domiciliar. No entanto, os pedidos foram rejeitados pela Justiça.

Para Brenda, que alegou ter feito uma cirurgia estética antes da prisão, o juiz determinou à Diretoria da Unidade de Administração Penitenciária (Duap) que avalie a suposta infecção causada no abdômen da investigada e confirme se há condições de tratamento no estabelecimento médico prisional.

Já nos casos de Milena Pâmela, que afirmou ter uma gravidez de alto risco, e Lokinho, que disse ter pressão alta, a Duap também deve avaliar as condições de saúde de ambos e, verificando gravidade, tratá-los na penitenciária. 

 

 

Fonte: Por Eric Souza/G1Piauí 

 

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