Pesquisa da UFPI comprova que melancia agrava efeitos da enxaqueca

Para que o estudo fosse comprovado na prática, foi realizada uma amostra, na qual foram formados dois grupos, divididos entre pessoas que tinham enxaqueca e as que não eram acometidas pela doença.

Pesquisa da UFPI comprova que melancia agrava efeitos da enxaqueca

 Pesquisa da UFPI comprova que melancia agrava efeitos da enxaqueca

Uma pesquisa realizada no Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas da Universidade Federal do Piauí (UFPI), comprovou que melancia é uma fruta que pode agravar os efeitos da enxaqueca. O estudo é um ensaio clínico intervencionista para caracterizar a ingestão de melancia como fator de ativação da via L-arginina-óxido nítrico e de deflagração de crises de cefaleia em pacientes com enxaqueca. 

Segundo o prof. Silva Néto, para que o estudo fosse comprovado na prática, foi realizada uma amostra, na qual foram formados dois grupos, divididos entre pessoas que tinham enxaqueca e as que não eram acometidas pela doença. Na investigação, ambos os grupos ingeriram a melancia e depois de 2 horas da ingestão foi feita a dosagem sanguínea para determinar os níveis séricos de nitrito. Em conclusão, 29% do grupo que já apresentava dores de cabeça, após o consumo, sentiu-as outra vez, enquanto os que não tinham a enfermidade, não tiveram complicações. 

“A gente já sabia da participação do óxido nítrico na fisiopatologia da doença e agora reforça-se essa teoria, pois essa molécula advém dos aminoácidos que estão na melancia. Com essa pesquisa, entendemos que a fruta realmente causa dor de cabeça e o motivo disso ocorrer, tendo em vista que agora não é mais só uma crença, é algo com embasamento científico. Além disso, o projeto abre caminho para novos estudos que poderão surgir à luz dessa temática”, destacou Prof. Silva Neto, idealizador da pesquisa.  

A pesquisa inédita foi publicada em revistas internacionais como European Neurology, em 2023 de tema, Migraine attacks triggered by ingestion of watermelon (Citrullus lanatus): A source of citrulline activating the L-arginine-nitric oxide pathway; e Postgraduate Medicine, em 2021 com o nome Watermelon and others plant foods that trigger headache in migraine patients, ambas contaram também com a participação do Prof. Luciano da Silva Lopes.

Da direita para a esquerda, Prof. Tarso Caselli; Profa. Regilda Moreira-Araújo; Prof. Silva Néto; Prof. Luciano da Silva Lopes; Prof. Luis Menezes Carvalho

Como supervisor do estágio, o Prof. Luciano da Silva Lopes evidência que o projeto é algo bastante interessante, por ser uma área curiosa, em que estuda-se o efeito de alimentos comuns no dia a dia, assim como a interferência destes em algumas doenças e, especificamente, no caso da enxaqueca. 

“Foi um achado científico muito importante, o qual demonstra que o programa tem uma estrutura capaz de desenvolver projetos que são importantes, inclusive, com impactos para as pessoas de uma forma geral. Então, são muitas as contribuições que isso trouxe para a comunidade, na verdade, um dos objetivos da ciência é trazer algum tipo de benefício, que nem sempre é visto pela população, mas nesse caso é a explicação de algo que já se sabia ou pelo menos já se tinha uma informação prévia”, disse.

O Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas é o único da região meio norte, e segunda a UFPI, a partir de 2024 apresentará a primeira turma de doutores formados pela Universidade Federal do Piauí.

 

Fonte: A10+

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